...crescer com personalidade, viver com qualidade, envelhecer com dignidade!
Herdeira da “ Albergaria de Águeda “ (já existente em 1449), do “Hospital do Lugar de Águeda” (1533) e do “ Hospital de Nossa Senhora da Boa Morte “ (1721), a Santa Casa da Misericórdia de Águeda (SCMA), foi instituída em 12 de Novembro de 1859, tendo sido seus fundadores:
- José Ribeiro de Sousa Figueiredo, Joaquim Mariano de Sousa Ribeiro, António de Sousa Tondela, Vitorino António Martins, António Ferreira de Almeida Freitas, António de Melo e Padre João Baptista de Figueiredo Breda.
A sua primeira Mesa Administrativa (1859-1863) foi constituída por:
- Provedor: João António Pereira de Carvalho
- Mesários: António Ferreira Sucena, José da Silva Ruela, Joaquim José Maria de Almeida, Jacinto Rodrigues Breda, Tomaz António de Figueiredo e João de Pinho e Freitas.
Inicialmente, dedicou-se à Área da Saúde, no antigo Hospital de Nossa Senhora da Boa Morte, situado na Rua do Barril, em Águeda, que viria a ser vendido em 1901. Em 1904 já estava parcialmente construído o actual edifício do “ Hospital – Asylo Conde de Sucena “, tendo a Mesa Administrativa aí reunido pela primeira vez, em 08 de Setembro de 1907, sob a presidência do Benemérito e então Provedor da SCMA, José Rodrigues de Sucena – 1º Conde de Sucena. Terminada a construção do “ Hospital –Asylo Conde de Sucena”, o seu Benemérito fundador foi forçado a ausentar-se do país.
Enquanto não ocorreu a inauguração e abertura do Hospital, esteve nele instalado, a partir de 1917, por requisição do Ministério da Guerra, o Sanatório Militar de Águeda, destinado ao repouso dos soldados vindos do Corpo Expedicionário Português, em França, tendo sido directores, entre outros, o Dr. Eugénio Ribeiro, o Dr. Albano Pereira e, em 1921, o então alferes miliciano médico Dr. António Pereira Pinto Breda. Este último, que, nesse tempo já se distinguia como cirurgião, conhecendo bem as dificuldades provenientes da falta dum hospital, foi propositadamente a Paris falar com o Conde de Sucena para que este procedesse à inauguração do Hospital.
O regresso do Conde de Sucena a Portugal deu-se em Maio de 1922 e em Junho desse mesmo ano foi celebrada a escritura de doação de raiz do edifício, ocorrendo a sua abertura e inauguração em 15 de Agosto de 1922. O usufruto ficou a pertencer ao filho do doador – 2º Conde de Sucena – que o legou à SCMA por escritura celebrada em 30 de Maio de 1949, subscrita pelo doador, 2º Conde de Sucena e pelo Provedor da Santa da Misericórdia Dr. Fausto Luís de Oliveira.
Dispunha o Hospital, então já pertencente à SCMA, de três enfermarias gerais, doze quartos particulares e um sector de isolamento e compunham o seu corpo clínico os médicos Dr. Joaquim Carvalho e Silva, Dr. António Pereira Pinto Breda e Dr. Benjamim Camossa, apoiados por um corpo de enfermagem constituído por quatro Irmãs Religiosas da Ordem de S. Vicente de Paulo, que o Dr. António Pereira Pinto Breda tinha trazido expressamente de França.
Acomodava ainda uma secção asilar, localizada no rés-do-chão do edifício, com 24 camas para idosos de ambos os sexos, “ pobres e velhos sem outro socorro”, que ali eram recolhidos, assistidos e tratados, sem qualquer contrapartida.
Em 10 de Setembro de 1976, o Hospital foi oficializado, separando-se da SCMA, embora o edifício e as estruturas continuassem e continuem a pertencer a esta Instituição. A 4 de Maio de 1987, passou a designar-se por Hospital Distrital de Águeda.
A separação do Hospital e da Santa Casa, motivando administrações, quadros de pessoal e estruturas diferentes, determinou a necessidade de ser criado um Lar onde fossem acolhidos os “pobres e velhos sem outro socorro”.
A Mesa Administrativa da SCMA, que ao tempo liderava os destinos da Instituição e da qual era Provedor Alfredo dos Anjos Ferreira, mandou fazer o respectivo projecto, que, depois de submetido à aprovação da Direcção - Geral da Assistência Social, para efeitos de comparticipação, foi aprovado tendo em vista a construção de um Lar para Pessoas Idosas, com 45 camas, a erigir em terrenos junto do edifício do Hospital. Este Lar foi inaugurado em 07 de Julho de 1980 e a sua lotação foi alterada, sucessivamente, para 60, 90 e 105 camas, lotação esta que ainda hoje mantém. Detém o nome de Lar Conde de Sucena, em homenagem ao grande Benemérito José Rodrigues de Sucena (1º Conde de Sucena).
Mais tarde, a 05 de Julho de 1997, inaugurou, solenemente a Casa da Criança e, em 28 de Fevereiro de 2005, iniciou a actividade da Casa de Repouso Dr. António Breda e Lea Breda.
Actualmente a Mesa Administrativa é presidida pelo Exmo. Dr. Jorge Castro Madeira.
(azulejo existente na entrada da sede)
Adaptado de desenho do pintor António Lino de 1946, utilizado na capa do número 1 da revista Hospitais Portugueses de 1948.
Imagem encimada pela designação que identifica a Santa Casa da Misericórdia de Águeda, tendo na base a indicação do ano de fundação (1859).
Bordadura a vermelho com sete castelos de ouro que deriva do escudo Português, simbolizando o caráter nacional das Misericórdias;
Base em chaveta, transmitindo a ideia de concentração de esforços, de recursos, numa causa comum, do “todos por um”, induzindo-nos a centrarmo-nos no essencial.
A figura central é a Virgem do Manto aberto, (Senhora das Misericórdias), sobre um fundo azul celeste (significando que o limite para ajudar é o céu, o infinito), que cobre com o seu manto protetor os mais fragilizados, de várias classes sociais, havendo uma das figuras de rosto indefinido e de cor, simbolizando o “praticar o bem sem olhar a quem”, e mesmo a necessidade “envergonhada”.
As figuras (senhora das misericórdias e necessitados) assentam sobre um campo, que nos remete para as ondas de um mar revolto, simbolizando as dificuldades a que todas as classes sociais estão sujeitas, e pretende transmitir a ideia de que mesmo nos momentos de dificuldade, que serão para todos, há sempre uns que podem ajudar outros.
Surge ladeada por dois anjos que a acompanham na prática da caridade, reforçando o caráter religioso da Instituição e a proteção divina para quem apoia os necessitados.
Interpretação/ legenda de João Lousado em 08/06/2015